O BAHA vem do inglês
Bone Anchored Hearing Aid, o que costuma ser traduzido como aparelho auditivo de condução óssea.
Nesse sentido, o BAHA pode ser considerado um implante simples, que faz uso de condução óssea direta.
O implante (um pino de titânio) é colocado atrás da orelha, no crânio. Depois de ocorrer a osseointegração total do pino no crânio, o que pode levar de 1 a 4 meses (aproximadamente), um processador de som é conectado ao pino.
Tal processador de som pode ser utilizado, assim como retirado, a qualquer momento, e é capaz de captar sons e os transferir diretamente pelo osso à cóclea, sem que haja necessidade de passar pelos locais afetados.
Com isso, a qualidade do som melhora consideravelmente, principalmente quando comparada à qualidade dos vibradores ósseos.
A condução de som via aérea e via óssea
A condução via aérea é a que está presente nos ouvidos de pessoas comuns, ou seja, nos casos em que o som entra pelo ouvido (no conduto auditivo) fazendo com que a membrana timpânica vibre e, por sua vez, cause também uma vibração na cadeia ossicular (minúsculos ossículos que estão localizados em conjunto no ouvido médio), estimulando a cóclea, que é a parte auditiva da orelha interna.
A condução por via óssea, possibilitada por meio do BAHA, acontece quando os mecanismos do conduto auditivo, cadeia ossicular e membrana do tímpano não participam da etapa de estimulação da cóclea (perda auditiva condutiva). O estímulo, por sua vez, ocorre pelo osso do crânio e estimula diretamente a cóclea.
Quando o BAHA se faz necessário
As próteses auditivas comuns (mais convencionais) amplificam o som através da via aérea.
Muitos casos de pessoas com dificuldade na utilização dos aparelhos auditivos apresentam problemas no ouvido externo, o que impossibilita a adaptação de um molde auricular no conduto auditivo.
São os casos de pessoas que nasceram com agenesia de conduto auditivo (ou seja, sem o conduto), apresentam alergia ao molde auricular, infecções crônicas, tumores, ou até mesmo alterações anatômicas pós-cirúrgicas de ouvido (cirurgia de colesteatoma e tumores).
Tais casos não se adaptam aos aparelhos auditivos comuns (por via aérea), sendo indicado o uso de BAHA.
Pacientes com surdez unilateral também podem ter proveito com as próteses de condução óssea. Trata-se do caso de pacientes com surdez súbita, ou “single side deafness”.
Funcionamento do BAHA (próteses auditivas de condução óssea)
A estimulação sonora via condução óssea ocorre após a implantação do pino de titânio junto ao crânio, que transmite a vibração diretamente para o osso da região retroauricular. Tal vibração atravessa o osso do crânio até a cóclea.
Nos pacientes com surdez unilateral, a pessoa não conseguirá ouvir do lado da cirurgia, porém ouvirá do lado oposto. Isso porque o som caminhará por meio da condução óssea até o outro ouvido, levando o estímulo necessário. Isso auxilia muitos casos em que o som está do lado da surdez, melhorando muito a capacidade de localização sonora e diminui o ‘efeito sombra da cabeça’.